quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

As Propostas Culturais: 6 Propostas Depois...

Esta tarde a Comissão Política da JSD Guimarães deu uma conferência de imprensa sobre as propostas culturais que tem vindo a apresentar à Câmara Municipal de Guimarães. De seguida apresenta-se a nota de imprensa enviada à comunicação social.


Assunto: Propostas para a preparação de Guimarães – Capital Europeia da Cultura 2012

Ao fim de seis propostas para a preparação de Guimarães para a Capital Europeia da Cultura 2012, a JSD Guimarães continua sem qualquer resposta da Autarquia. Desde Maio de 2008 que esta organização de juventude tem vindo a enviar à Câmara Municipal. “Continuamos a aguardar qualquer tipo de reacção por parte da Autarquia. Esperamos que este silêncio traduza apenas esquecimento e não outro sentimento”, afirmou Alexandre Barros da Cunha.

“A nossa intenção com estas propostas é de contribuir para a preparação desse evento único na história de Guimarães, que a projectará internacionalmente numa escala nunca antes vista. O mediatismo fácil não faz parte da nossa forma de estar em política”, concluiu o presidente da JSD. Em conferência de imprensa no dia 23 de Fevereiro, os jovens vimaranenses tornaram públicas as seis propostas que fizeram.

A JSD Guimarães continuará a enviar novas sugestões à Câmara até completar um ano de propostas.

Feira Cultural
Uma feira de produtos culturais com um modelo fora do convencional, que não se limite à simples feira do livro, mas inclua também música e outros

Concurso de Artes
Um concurso de artes plásticas direccionado em especial para os jovens vimaranenses, por escalões, e com um júri consagrado.

Feira Medieval
A reformulação da Feira Joanina, condizente com a grandiosidade do Centro Histórico da cidade, que se prolongue por vários dias e divulgue o rico património arquitectónico medieval de Guimarães.

Feira de Artesanato
Realização de uma feira de artesanato de grandes dimensões, que projecte a produção artesanal da região e do país a nível internacional.

Sediação da Orquestra do Norte em Guimarães
A JSD propõe que a Orquestra do Norte estabeleça sede nas instalações do Centro Cultural Vila-Flor, possibilitando a criação e produção cultural em Guimarães, bem como potenciando a formação de novos públicos.

Agenda Paralela para a Capital Europeia da Cultura
Criação de uma Agenda Paralela para 2012, que permita a divulgação da produção artística local e regional durante a Capital Europeia da Cultura, em eventos paralelos aos da Agenda Principal.

Orquestra do Norte em Guimarães

Exma.ª Sr.ª Vereadora,

Vimos por este meio apresentar mais uma Proposta Cultural tendo em vista a preparação de Guimarães para receber a Capital Europeia da Cultura em 2012. Como temos vindo a defender, parece-nos que esta será uma excelente oportunidade para criarmos um ímpeto cultural na população vimaranense que proporcione a possibilidade de uma mudança positiva de mentalidade no que diz respeito às questões culturais.

Assim, a importância da formação artística em Guimarães apresenta-se como o potencial melhor fruto gerado pela CEC 2012. A formação musical passa não apenas pelo numero de escolas de música e pela qualidade da formação musical que se presta, mas também pela oferta musical nos equipamentos culturais vimaranenses.

Uma passagem rápida pela agenda cultural de Guimarães permite destacar um facto: há um claro défice de oferta no que respeita a música dita erudita.

Reconhecemos o esforço feito pela Câmara ao contratar concertos de música clássica gratuitos para a população. No entanto, a esporadicidade dos concertos, que não assumem carácter periódico e os espaços que se atribuem à realização destes concertos, muitas vezes sem as características técnicas necessárias, que condicionam o resultado da obra apresentada (caso do Paço dos Duques, nos concertos de orquestras sinfónicas), fragiliza a aposta nesta vertente musical. Para além disso, no principal palco da cidade, o Centro Cultural Vila-Flor, a música clássica é claramente desfavorecida.

Atendendo ao estatuto de Entidade Associada da Orquestra do Norte de que o município de Guimarães usufrui, julgamos importante estreitar essa parceria por forma a motivar uma maior e regular oferta de música clássica na agenda cultural vimaranense. Propomos então que Guimarães se apresente como município-sede da Orquestra do Norte, e que esta tenha residência no equipamento cultural de maior relevância e qualidade da região, o Centro Cultural Vila-Flor.

É nosso entender que só promovendo a criação e produção cultural conseguirá Guimarães ser uma verdadeira Capital Europeia da Cultura. Só com criação e produção cultural, o Centro Cultural Vila-Flor deixará de ser apenas uma sala de espectáculos, como tem acontecido. Ao tornar-se sede da Orquestra do Norte, Guimarães afirmaria no panorama cultural uma vontade clara de ser sede de produção cultural de qualidade, promovendo uma excelente imagem de si, condizente com o estatuto de Capital Europeia da Cultura.

É do conhecimento público as dificuldades que a Orquestra do Norte tem sentido pelo facto de não possuir sede. Também é conhecida a vontade desta em estabelecer sede na nossa cidade, neste equipamento cultural.

Vejamos o exemplo da Casa da Música, o maior espaço cultural da área musical do país. Alguém duvida da mais-valia que representa para esta instituição ter lá sediada, em regime de parceria, a Orquestra Nacional do Porto? Devemos seguir os bons exemplos, quando os há. E este é, sem dúvida, um deles.

Com a Orquestra do Norte sediada em Guimarães poderíamos suprir uma carência do nosso Centro Cultural na música erudita. Os concertos que a Câmara contrata com esta entidade poderiam passar a realizar-se lá, com as condições necessárias a um bom espectáculo. Permitiria também uma maior articulação entre a Câmara e a Orquestra do Norte, com vista à realização de espectáculos por encomenda. Acima de tudo, estaríamos a prestar um contributo à cultura da cidade e da região.

Ao consultar o sítio da Orquestra do Norte, verifica-se que os seus objectivos encaixam perfeitamente no principio de formação cultural que a CEC 2012 poderá fazer crescer em Guimarães, tendo em conta que esta orquestra tem dado “atenção especial (…) desde o inicio, aos concertos Didáctico-Pedagógicos, no sentido de serem um processo de construção do conhecimento que tem o objectivo de desenvolver o gosto musical estimulando a criança a fazer e a apreciar a música.” A conclusão surge logo de seguida: “Este trabalho tem permitido a criação e manutenção de novos públicos.” Estes princípios encaixam perfeitamente num objectivo que deve ter a CEC 2012 em Guimarães, o que nos leva a sublinhar a potencialidade de uma parceira mais estreita com a Orquestra do Norte.

Esperamos que esta proposta seja tida em consideração, tal como todas as outras, no sentido de conseguirmos, todos, fazer de Guimarães uma excelente Capital Europeia da Cultura em 2012 e um marco cultural na região e no país.

Agenda Paralela

Exma.ª Sr.ª Vereadora,

Vimos por este meio apresentar mais uma sugestão que possa ter alguma utilidade no caminho da preparação de Guimarães enquanto Capital Europeia da Cultura em 2012. Por aquilo que se vai sabendo da CEC, já se percebeu que será um evento com as montras viradas para toda a Europa e não centralizado no panorama nacional. Muito menos ainda vocacionado para o plano regional.

Ainda que se perceba o objectivo de fazer de Guimarães, enquanto Capital Europeia da Cultura em 2012, um expositor daquela que é a actividade cultural por essa Europa fora, é importante não deixar de atender às expectativas daqueles que também produzem cultura a nível concelhio e regional. Também esses esperam ter uma oportunidade de mostrar ao Mundo o seu trabalho.
A Agenda Cultural para o ano de 2012 em Guimarães será muito preenchida. Espera-se um evento como nunca esta cidade tenha visto, com artistas de diversas artes, de variadas partes do Mundo e com exibições de arte como nunca ou raramente se tenha visto. Apesar de depender muito do financiamento disponível, uma Agenda Cultural existirá sempre. Com mais ou menos espectáculos, com mais ou menos artistas, com maior ou menor qualidade, a Agenda Cultural será o grande cartaz de Guimarães para um ano inteiro, onde assumiremos um papel totalmente novo para esta terra e para as nossas gentes.

A Agenda Cultural é algo de inquestionável, no que toca à sua concretização. Por isso propomos que se pense na possibilidade de criar uma Agenda Paralela à CEC 2012.

O objectivo da Agenda Paralela é criar um evento satélite ao evento principal que proporcione um palco a outro tipo de actividade cultural, nomeadamente a actividades culturais mais locais e regionais.

Até aos dias de hoje, muita da nossa tradição cultural tem sobrevivido graças ao esforço de comunidades que trabalham persistentemente e com uma abnegação admirável em prol da continuação dessas tradições. Facilmente nos recordamos dos ranchos folclóricos que existem em abundância pelo país, mas temos também quem seja especialista em realizar fabulosos trabalhos artesanais e muitas outras actividades que, não se inserindo no objectivo da agenda cultural principal, teriam também a sua oportunidade de se mostrar ao Mundo.

Uma Agenda Paralela que promovesse periodicamente durante o ano de 2012 um outro tipo de cultura, mais regional, que não se mostra tanto ao Mundo, mas que também tem expectativas quanto à realização da Capital Europeia da Cultura. A Agenda Paralela não será, nunca, na nossa forma de ver, um obstáculo aos eventos principais. Quem visitar Guimarães pela CEC não deixará de assistir aos eventos da Agenda Principal para assistir a eventos da Agenda Paralela!… No entanto, o simples facto de permitir que durante um fim de semana por mês, por exemplo, durante os 12 meses da CEC haja uma montra daquilo que se vai fazendo na região e até mesmo no país, será um ponto positivo a mais para uma Capital Europeia da Cultura que não perdendo o seu traço inovador, cosmopolita e europeu, demonstrará uma preocupação pelo que se faz em menor escala que atingirá, com certeza, as expectativas de todos.

Ao darmos palco a outro tipo de actividades culturais estaremos a promover a cultura de uma forma aberta. Tendo em consideração os critérios para a Agenda Principal, facilmente se percebe da dificuldade que teria enquadrar uma série de actividades na mesma. Por isso mesmo esperamos que esta Agenda Paralela possa ser uma solução para outro tipo de mostra cultural, aproveitando essa enorme montra que será Guimarães, Capital Europeia da Cultural em 2012.

Feira de Artesanato

Exma. Sra. Vereadora,

As artes tradicionais populares são das marcas mais características da identidade e cultura de cada região. Contam histórias do passado do seu povo, que nelas se cumpre e se revela. Guimarães possui aqui, como em muitos outros sectores, um riquíssimo património que importa preservar e promover e que se estende da olaria aos bordados, da cutelaria à cantaria, da arte do ferro à tecelagem. É nosso entender que não se tem promovido devidamente o artesanato regional.

Guimarães conta com uma régie-cooperativa, criada por iniciativa da Câmara Municipal, para “valorizar, promover e divulgar as artes tradicionais”1 da cidade. No último ano, a actividade desta entidade na área da promoção do artesanato restringiram-se a uma feira de doçaria conventual no antigo Convento de Santa Clara (e na qual estavam representadas várias regiões do país) e alguns workshops de artes tradicionais. Para uma cidade que se pretende afirmar como um centro cultural de relevo a nível internacional e que vai receber a Capital Europeia da Cultura dentro de três anos e alguns meses, isto é claramente insuficiente.

Mais, este artesanato poderia constituir uma enorme mais-valia para o turismo da região, o que não acontece. Vem-se a Guimarães e a promoção deste artesanato resume-se à exibição nos postos de turismo de algumas Cantarinhas dos Namorados e a umas escondidas rotas turísticas.

É fundamental aproveitarmos este património e utilizá-lo na promoção nacional e internacional do nosso concelho, fazendo dele o nosso cartão de visita, a par do que acontece com o Castelo. Guimarães não é só pedra, é principalmente gente; é um povo com História, que se orgulha das suas origens e do seu percurso e se dirige a um futuro que esperamos risonho. E este artesanato é resultado desse percurso e dele símbolo.

A JSD Guimarães propõe então uma política, dado ser esta na prática inexistente neste momento, de promoção e incentivo ao nosso artesanato aquém e além fronteiras. Propomos também a retoma de uma Feira de Artesanato no centro da cidade para mostra deste rico património, e a representação de Guimarães em feiras do género dentro do país e no estrangeiro, tendo sempre presente e como preocupação a divulgação do património na sua enorme riqueza e diversidade.

Com esta iniciativa seria possível congregar as variadas associações do concelho que se dedicam à preservação dos mesteres e das artes manuais, bem como aqueles que a título individual se dedicam, ainda hoje, a preservar uma rica tradição das nossas gentes.

Concurso de Artes

Exma.ª Sr.ª Vereadora,

Depois de termos sugerido a criação de uma Feira Cultural, como uma das muitas actividades possíveis para promover um olhar diferente sobre cultura, gostaríamos de sugerir outro projecto.
O objectivo mantém-se: preparar a Capital Europeia da Cultura, focando os cidadãos. Gostaríamos, assim, de sugerir a criação de um Concurso de Artes.

Este projecto que sugerimos aos responsáveis pela Cultura em Guimarães, tem um carácter abrangente e uma forma que se espera cativante para todos. Principalmente para os menos vocacionados para a questão artística. Para esses, pequenos passos no sentido de uma aproximação a realidades artísticas nunca vividas, poderá ser um estímulo interessante para uma perspectiva diferente acerca dos fenómenos de índole cultural. A nossa proposta de um Concurso de Artes, assenta num modelo bastante simples, para uma fase inicial: 2 géneros artísticos em 5 escalões etários. Os géneros artísticos deveriam ter em comum uma relativa facilidade de execução, de forma a captar o máximo de participantes possível. Parece-nos que a fotografia e a pintura poderiam ser, numa fase inicial, apostas seguras.

A definição dos escalões, ao terem por base faixas etárias, permitiriam facilmente abranger a Escola nesta iniciativa promovendo a vertente cultural em ambiente escolar de uma forma diferente. Escalões que compreendessem as idades do 1º Ciclo, 2º Ciclo, 3º Ciclo e Secundário, isto é, escalões entre os 6 e os 10 anos, dos 10 aos 12, dos 12 aos 15 e dos 15 aos 18, seriam uma forma de conseguir desde logo um público alvo relativamente fácil de mobilizar para o Concurso de Artes. Um quinto escalão, para maiores de 18 anos, tornaria o Concurso verdadeiramente abrangente, pois permitiria a participação de todos os maiores de idade.

Naturalmente que um concurso, qualquer que seja, necessita de resultados no final! A nossa sugestão é que se forme um júri, que poderá ser variado conforme os escalões a concurso, ou que poderá ser um júri único para os vários escalões, com os pontos positivos e negativos que ambos os modelos de avaliação dos trabalhos acarretam.

De qualquer das formas, a importância da existência do júri é grande pois será a garantia para quem participa e para quem acompanhar o evento que haverá uma avaliação credível, com consistência técnica, que dará uma dimensão importante ao Concurso de Artes, sob todos os pontos de vista.

Da composição do júri, pouco podemos sugerir. No entanto, a presença de uma figura relevante do panorama artístico nacional no Júri do Concurso de Artes, seria importante. Se por um lado permitiria chamar a atenção da opinião pública para os eventos artísticos a decorrer em Guimarães, que ao ser Capital Europeia da Cultura em 2012 deve também ser acompanhada pelo País, por ser esse evento um desígnio nacional e não apenas municipal; por outro lado, daria um peso considerável aos resultados do Concurso de Artes, que permitiria afirmá-lo para edições seguintes. Naturalmente que o modelo de Júri escolhido influenciará a composição do próprio Júri, mas essa é uma situação que os responsáveis pelo evento resolverão.

Do nosso ponto de vista, com um Concurso de Artes, seria possível atrair muitos anónimos que praticando arte por prazer ou por hobbie, ou até mesmo como actividade profissional, teriam um palco para apresentarem os seus trabalhos e, de certa forma, porem ao juízo de todos os que observassem as obras de arte os resultados dessa actividade artística. Avaliação essa sublinhada pela existência de um Júri que premiará as melhores obras de arte.

No que diz respeito aos escalões em idade escolar, ou seja, do 1º ao 4º Escalão de Concurso, a existência de prémios que incentivem o apetite pela arte, definidos em função do escalão etário, seria um óptimo meio de atrair os jovens para participar nesta iniciativa. Para o 5º Escalão, poderia considerar-se um prémio consideravelmente diferente, uma vez que os interesses de uma faixa etária muito mais alargada, acima dos 18 anos, são por demais variados.
Ainda assim, a possibilidade de se exporem os trabalhos premiados nos diversos escalões no Centro Cultural Vila Flor seria, por si só, um prémio de reconhecimento que, com toda a certeza, os participantes no Concurso de Artes muito apreciariam.

Posto isto, sublinhamos a participação das Escolas neste projecto. Só com a participação directa da Escola, será possível um Concurso de Artes alargado e com sucesso para futuras e melhores edições do Concurso. E porque o mês de Junho se reveste de uma importância simbólica muito particular para todos os Vimaranenses, porque não aproveitar a temática do 24 de Junho para dar corpo à primeira edição do Concurso de Artes? Porque não ter como tema inicial para o Concurso de Artes o 24 de Junho e Guimarães? Seria, porventura, um tema com bastantes vectores para serem explorados pelos participantes do Concurso!

Para terminar esta apresentação da proposta da JSD Guimarães, gostaríamos de deixar uma nota final sobre o projecto. A possibilidade de os responsáveis Autárquicos optarem por um modelo distinto deste que aqui sugerimos, não invalida, de forma alguma, o nosso aplauso a uma iniciativa do género. Sendo que o nosso objectivo com este e outros documentos do género é apenas o de participar e ajudar a encontrar soluções para uma excelente Capital Europeia da Cultura em 2012.

Feira Cultural

Exma.ª Sr.ª Vereadora,

Depois da apresentação oficial da candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura em 2012, é tempo de acelerar processos que conduzam ao sucesso total de um dos mais importantes eventos ocorridos em Guimarães.

Guimarães enquanto Capital Europeia da Cultura será uma oportunidade excelente para deixar alicerces para um futuro diferente no município e na região. Muito mais importante que as obras que se possam realizar tendo em vista o ano de 2012, a construção de uma nova identidade cultural em Guimarães é, para a Juventude Social Democrata, aquilo ambicionamos.

É certo que o desenvolvimento humano passa também pela vertente cultural. Do pouco que se vai sabendo, sobre o que está a ser planeado para o evento, consta que o orçamento terá um componente especial de aposta genérica em “formação”.

Para a JSD Guimarães a aposta em formação não deve ser apenas do espaço temporal até 2013, fim da Capital Europeia da Cultura. O conceito “formação” deve criar até 2012 as bases que permitam, após o evento, consolidar o desenvolvimento cultural em Guimarães. Do nosso ponto de vista, é importante que o investimento que se irá realizar permita semear um pólo cultural fora de Lisboa e Porto, com uma forte componente de formação artística.

Por isso é importante apostar nos mais novos. Novas gerações de cidadãos que serão mais ricos se tiverem um vasto leque de opções culturais e melhor formação. Criar a vontade de conhecer mundos novos e despertar desde muito cedo a curiosidade pela arte.

Nesse sentido será fundamental que se criem sinergias. Juntar os agentes culturais que trabalham já há algum tempo no campo da formação artística, para que seja possível convergir no objectivo de fundar um novo espírito cultural em Guimarães, que permita abraçar um público mais amplo.

Porque não aproveitar eventos de renome nacional e internacional como o Guimarães Jazz, por exemplo, para assentar novas metas culturais para Guimarães?

Por considerarmos que a CEC poderá ser um ponto de viragem para o município, a JSD quer ser parte das soluções para esse desígnio colectivo.
Assim, apresentaremos mensalmente propostas de cariz cultural, concretas e viradas para o futuro, tendo em vista a formação de uma mentalidade e gosto pela cultura nos mais jovens.

Sugerimos pois, a realização de uma Feira Cultural. Um evento que seja um misto de Feira do Livro e Feira da Música.

Uma Feira Cultural com múltiplas vertentes: por um lado, promovendo a literatura e hábitos de leitura; por outro, apostando na musica como veiculo de cultura. Uma Feira Cultural que crie condições para uma efectiva aproximação da população à cultura, com workshops e mostras de cultura produzida em Guimarães e não só. Uma Feira Cultural com parceiros importantes para se afirmar na agenda cultural nacional, não apenas pelas editoras literárias ou musicais presentes, mas também pela componente artística complementar e paralela ao evento, com espectáculos de bailado e teatro, por exemplo.

A participação dos jovens do concelho é também muito importante. Projectos de voluntariado para a Feira Cultural que permitam aos jovens sentirem-se parte do processo de implementação da Capital Europeia da Cultura em Guimarães, seria uma das formas de atrair os jovens vimaranenses. As escolas do concelho poderão ser parceiros particularmente importantes, uma vez que serão um canal de promoção do evento em si, nas comunidades em que estão inseridas.

A Feira Cultural deve procurar uma dimensão regional e não apenas municipal. Nesse sentido e tendo em conta o princípio de formação cultural, seria também importante que as escolas da região, nomeadamente dos concelhos vizinhos, de forma particular Famalicão, Barcelos e Braga, fossem convidadas a visitar o evento, tomando também parte na Feira Cultural.

É com propostas responsáveis e positivas que continuaremos a mostrar que é possível, através da participação política, contribuir positivamente para ajudar a encontrar as melhores soluções para todos nós, tendo em vista a afirmação dos interesses de Guimarães.

Feira Medieval

Exma.ª Sr.ª Vereadora,

Cumprindo o propósito anunciado em Maio último de apresentar propostas mensais concretas, tendo em perspectiva a realização da Capital Europeia da Cultura 2012 em Guimarães, vimos por este meio apresentar uma nova proposta. Não será, porventura, nova em termos de forma; mas a nível de conteúdo será, possivelmente, uma novidade, no que ao nosso concelho diz respeito.

A realização de Feiras Medievais é já um hábito em muitas localidades com história que lhes permita recriar os ambientes da época em causa. No entanto, umas destacam-se pela qualidade da produção, preocupada com os mais pequenos detalhes, que atraem cada vez mais interessados num evento de qualidade, enquanto outras realizam-se com padrões de recriação da época que deixam muito a desejar e que, por vezes, levam a questionar a realização do evento, tão pequena a sua dimensão e tão rudimentar a produção…

No cenário nacional, a Viagem Medieval em Terra de Santa Maria, realizada em Santa Maria da Feira, é sem dúvida uma das melhores, se não mesmo a melhor. Uma visita rápida ao site do evento ( http://www.viagemmedieval.com/ ) permite perceber o que a distingue de todos os outros eventos semelhantes.

Guimarães realiza a Feira Joanina. Pela análise do programa da edição de 2007, percebe-se que é um evento de pequena dimensão, sem qualquer vocação turística, ainda que a intenção subjacente à sua realização seja louvável. Se compararmos o programa da Viagem Medieval num dia qualquer, verificamos que é, de longe, muito mais atractivo que o único dia da Feira Joanina de Guimarães…

Guimarães é uma cidade medieval por excelência. Todo o centro histórico desenvolve-se segundo o traçado característico da época, tendo na rua de Santa Maria o seu eixo principal. Se com as obras da segunda metade do século XIX se perdeu muita coisa, como as muralhas e muito casario, verdade é, que passeando pelas ruas da Oliveira, vemos a nossa memória assaltada por cavaleiros, frades, almocreves e damas de longos chapéus pontiagudos. Imaginamos no Largo da Oliveira a feira que aí se realizava, na outrora carregada de casas, Praça de Santiago, imaginamos a feira do peixe e a capela do santo que dá nome ao local, vemos à nossa frente um torneio no então inexistente terreiro da Misericórdia… entre tantas outras visões de outros tempos!
O que a Juventude Social Democrata gostaria de sugerir é que se repense a Feira Joanina. Ao adoptarmos em Guimarães um modelo semelhante ao da Viagem Medieval realizada em Santa Maria da Feira, poderemos introduzir-lhe alterações que a tornarão, sem dúvida, num dos eventos culturais mais atraentes do Minho!

Tal como em todos os eventos do género, em que a população da região é parte do cenário, também essa nova Feira Joanina, teria que contar com todos os que se enquadram no cenário da mesma: comerciantes, moradores e instituições do Centro Histórico, teriam a oportunidade de voltar uma centenas de anos atrás para serem actores de uma época antiga em pleno século XXI.
Combinando com isto a existência de um espaço ideal para este evento como é o Campo de S. Mamede, não é difícil de visualizar um evento com um enquadramento excepcional e com uma extensão muito considerável, que o colocaria, por certo, na rota das melhores feiras medievais em Portugal.

Analisando a Viagem Medieval realizada em Santa Maria da Feira, facilmente se percebe que este tipo de eventos atrai não apenas turistas, mas também parceiros importantes. Apesar de ser um evento realizado pela Câmara Municipal de Santa Maria da Feira e de ter a produção executiva a cargo da empresa municipal responsável pela cultura e desporto, tem patrocínios de relevo.

A comparação com a realidade vimaranense é para nós inevitável.

A Feira Joanina tem como único suporte a Câmara Municipal de Guimarães.

Atendendo à possibilidade de se alterar o formato, seria facilitada a produção do evento pela existência da Tempo Livre e d’A Oficina, instituições com actividade no sector do lazer e da cultura, áreas que se entrecruzam na proposta que apresentamos neste documento.
Para além disso, a comparação entre os dois eventos reduz a quase nada aquilo que em Guimarães se realiza com a Feira Joanina quer em termos culturais, mas principalmente em termos turísticos.

Seria importante salientar que não nos fechamos a uma recriação medieval, ou tardo-medieval (como a Feira Joanina). Verdade é que dadas as características do nosso centro histórico, outras seriam possíveis, como uma “feira setecentista”, que permitiria aproveitar os muitos espaços barrocos da cidade. Tudo depende da vontade e do empenho que se quiser investir.
Para além de tudo o exposto, a possibilidade de trazer as instituições do concelho ligadas a cultura, desde o canto à dança, poderia ser um desfio interessante para que essas colectividades pudessem, também elas crescer com um evento deste género.

É por querermos que Guimarães se distinga que apresentamos esta sugestão. Sendo que a ideia não é nova, parece-nos que esta proposta é uma novidade substancial ao que já se realiza em Guimarães. Tendo em conta os resultados que têm sido atingidos por outros eventos, parece-nos que Guimarães tem todas as condições para ultrapassar em poucos anos aquilo que vem sendo feito noutras localidades.

Esperamos que esta proposta seja tida em consideração, tal como todas as outras, no sentido de conseguirmos, todos, fazer de Guimarães uma excelente Capital Europeia da Cultura em 2012 e um marco cultural na região e no país.