domingo, 20 de junho de 2010

2º Encontro de Gerações da JSD Guimarães

No passado dia 19 de Junho a Comissão Política da JSD Guimarães organizou o 2º Encontro de Gerações da Secção. O evento contou com a presença de vários antigos militantes da JSD Guimarães, que em particular desempenharam funções de relevo para a estrutura. O encontro, que se realizou no Hotel de Guimarães, iniciou-se com um painel temático sobre economia e novas tecnologias. Rui Armindo Freitas, Presidente da JSD Guimarães entre 2002 e 2006 e a trabalhar actualmente com mercados financeiros, transmitiu aos presentes a sua perspectiva do que conduziu Portugal à actual crise económica e do que se poderá esperar de 2011. Sara Fernandes, membro de várias Comissões Políticas da JSD e actual investigadora na Universidade do Minho, falou-nos de novos projectos tecnológicos desenvolvidos na nossa região.

Num ambiente informal, os cerca de 30 participantes puderam trocar impressões e experiências sobre os temas em debate e sobre as suas experiências pessoais na JSD. Ao painel temático seguiu-se um jantar no restaurante do Hotel.

sábado, 19 de junho de 2010

Desafios da Educação

Numa altura em que entramos na fase decisiva para tantos milhares de estudantes do ensino secundário, será interessante reflectir um pouco sobre o rumo que a Educação tem seguido em Portugal.

Hoje temos jovens preparados para assumir os desafios do mundo globalizado: totalmente à vontade no universo das novas tecnologias, com competências multidisciplinares e preparados para defender novas visões e novos horizontes para uma sociedade que ajudarão a construir.

No entanto, continuamos a ter uma incapacidade mórbida para exigir mais nas nossas escolas. Nunca como nestes últimos anos se assistiu a uma implosão do sistema educativo. O clima de guerrilha latente entre professores e Ministério da Educação, deixou marcas que hão-de durar por alguns anos, até que alguém com coragem suficiente defina objectivos sem olhar às estatísticas.

Apesar das capacidades dos jovens de hoje, temos uma geração mal preparada para enfrentar desafios, como seja o de terem uma consciência cívica que os anime a participarem enquanto cidadãos de pleno direito.

A marginalização a que se tem votado a exigência, a excelência e o mérito nas nossas escolas só poderá resultar na estupidificação de uma ou mais gerações. Portugal pagará muito caro o tempo que temos perdido com as supostas “reformas” do sistema educativo.

A realidade não engana: a onda de professores a abandonar à pressa a carreira para se dedicarem a uma merecida reforma prova à saciedade que a escola já não é o que era. Para muitos, a circunstância de perdermos milhares de professores com uma experiência acumulada de anos será um óptimo indicador: os fanáticos do progresso verão nesse acontecimento um passo no sentido do futuro, da adaptação da escola a novos modelos educativos e novos conceitos de formação. Para outros, será um desastre que não conseguiremos reparar porque a experiência educativa de profissionais com uma formação de base mais exigente e mais sustentada pelo tempo não poderá ser repassada aos novos educadores, pelo fim abrupto das carreiras das suas carreiras.

Valores como a exigência, o mérito e a exigência são cada vez mais raros nas nossas escolas. Infelizmente, muitas vezes são quase definidos por decreto… contra os quais os professores pouco podem. Começa a dar resultados o trabalho dos novos pedagogos, filósofos de gabinetes ministeriais que trabalham afincadamente para introduzir novos valores na educação dos mais jovens portugueses: o facilitismo, a irresponsabilidade e o fracasso. A manutenção de políticas educativas como as que temos verificado em Portugal, são a prova cabal de que o “nacional-porreirismo” tomou conta de altares sagrados para a evolução de uma Nação, como seja a Educação.

A aposta deveria ser na qualificação de alto nível dos nossos jovens, oferecendo ferramentas importantes para se afirmarem perante novos concorrentes mundiais. Implementar um sistema de ensino de nível básico e secundário que se encaixe no modelo de Bolonha será essencial para que os futuros quadros superiores deste país aproveitem ao máximo as potencialidades da formação superior que Portugal e a Europa têm para lhes oferecer.

O sistema educativo português tem que deixar de trabalhar para a estatística de Bruxelas, para passar a preocupar-se com a realidade de um país que só superará os desafios de uma economia globalizada se apresentar recursos humanos de maior valia.

A escola não pode continuar a ser um local de passagem, onde toda a gente passa e é passada, mesmo com avaliação negativa a mais de metade das disciplinas, mesmo com faltas, mesmo que não queiram, mas porque a lei assim o obriga.

É urgente recuperar valores que se foram perdendo e que são essenciais para que a Escola assuma verdadeiramente o seu papel central na evolução da sociedade portuguesa.

A exigência como caminho para o sucesso e a excelência da formação como desígnio, serão bons princípios para começar a reconstruir a Educação em Portugal.

Artigo da Comissão Política da JSD Guimarães 
publicado no jornal Povo de Guimarães.