quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Comunicado sobre a III edição do Parlamento Jovem Europeu

Decorrerá esta quinta-feira a primeira fase do Parlamento Jovem Europeu, onde os jovens das escolas secundárias e profissionais de Guimarães terão oportunidade de apresentar os seus projectos no âmbito do tema escolhido: Gastronomia.

Será um momento de debate que proporcionará a oportunidade de sentir a actividade cívica num sentido diferente. Os participantes experimentarão a capacidade de debater e decidir acerca de questões relacionadas com a gastronomia.

Não existindo em Guimarães um Parlamento Jovem de Guimarães, por clara falta de vontade política da Câmara Municipal, este é o evento mais próximo de um verdadeiro Parlamento. Por isso, esta simulação de ambiente parlamentar é importante num contexto de estímulo à participação cívica activa. É, portanto, uma iniciativa que merece o apoio da JSD Guimarães.

Embora continuemos a defender que é igualmente importante a instalação de um Parlamento Jovem de Guimarães, consideramos louvável esta iniciativa em parceria com as cidades com quem temos protocolo de geminação. Consideramos importante discutir temáticas de âmbito europeu, mais genérico e abrangente, e a consequente partilha de experiências promovida pelo intercâmbio.

Estas mesmas razões justificam o facto de continuar a ser incompreensível, para a JSD Guimarães, como não se promove uma iniciativa paralela sobre as questões locais. Seria um momento de debate e reflexão cívica sobre questões ligadas ao concelho de Guimarães, promoveria o intercâmbio entre jovens vimaranenses e contaria com um contributo mais efectivo pela proximidade entre as temáticas e a realidade envolvente dos jovens participantes.

Ainda que seja compreensível a temática escolhida para a edição deste ano, em virtude de ser uma temática que pode reflectir as diferentes realidades entre as cidades participantes, acresce ainda o facto de a gastronomia, enquanto traço cultural de uma região, se enquadrar perfeitamente na preparação de Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura.

Apesar de ser uma temática aceitável no cenário exposto, para a JSD Guimarães, esta temática subestima a capacidade de pensamento político dos nossos jovens, uma vez que não incentiva uma reflexão aprofundada sobre questões relacionadas com a participação cívica activa. Numa altura em que tanto se discute a qualidade da participação e da intervenção política, este não será, certamente, o debate que mais explorará as capacidades dos jovens participantes.

Citando informação disponível no site oficial da Câmara Municipal de Guimarães, “O Parlamento Jovem Europeu (PJE) é um fórum de intercâmbio de jovens dos Municípios de Igualada (Espanha), Tacoronte (Espanha), Kaiserslautern (Alemanha), Compiègne (França) e Guimarães (Portugal)” que “tem como objectivos fundamentais (…) debater questões da actualidade na União Europeia e no mundo em geral, através da apresentação de trabalhos elaborados por jovens a frequentar o ensino secundário.”.
Num momento em que o Mundo atravessa um momento marcante ao nível económico-financeiro e ao nível do equilíbrio geopolítico, nomeadamente no Norte de África, é questionável a assertividade da temática escolhida para a III Edição do Parlamento Jovem Europeu.

Mais estranho será, à luz dos objectivos a que esse Parlamento se propõe, uma vez que não é compreensível em que medida a Gastronomia é uma “questão da actualidade na União Europeia e no mundo em geral”.

Outra questão que merece ser esclarecida é o facto de a rotatividade na organização do evento não estar a ser cumprida.

No momento em que todos os parceiros fundaram o Parlamento Jovem Europeu, ficou definida a rotatividade do evento por todos os municípios participantes. Até hoje apenas Guimarães acolheu e suportou a realização do evento, o que nos leva a questionar as razões desse incumprimento, já que prejudica a essência do Parlamento Jovem Europeu.

Assim, a JSD Guimarães procurará junto dos responsáveis autárquicos esclarecimentos, para que se assegure o sucesso desta iniciativa dentro dos princípios que lhe deram origem.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Estado da Nação



Nos últimos dias temos assistido ao reanimar da central de propaganda do Governo. Começou com os dados da execução fiscal de 2010, seguiram-se os números do crescimento das exportações, com um bonito congresso à mistura. Tudo dados para fazer a festa, à qual ajuda o “sucesso” dos leilões da dívida pública com juros muito próximos, mas abaixo da “limiar de sobrevivência” que Teixeira dos Santos traçou. A isto se junta o providencial Sócrates, em campanha interna pela reeleição, teimando em lembrar aos militantes do seu partido que ele é o último bastião de defesa do Estado Social, apesar de lhe ter aplicado o maior corte da sua breve história.

Mas parece que Sócrates já não controla os seus. O ministro Jorge Lacão sugere, isolado, através da imprensa que o número de deputados da Assembleia da República seja diminuído para o mínimo. Uma ideia que choca o PS, tendo logo sido desautorizado pelo líder do seu grupo parlamentar.

Entretanto, o povo sofre. A maravilha da execução fiscal é feita à sua custa, à custa do café que se deixa de tomar, da carne que troca por uma mais barata, da “extravagância” esquecida de comprar um livro ou um CD. Ou pior, da prestação da casa que não paga, do seguro do carro que foi à vida, da factura de electricidade.

Da estratosfera política ouvem-se rumores de que pode vir aí uma moção que dê corpo à censura que nas ruas os portugueses fazem deste desgoverno.

Na Educação, o costume. As constantes “reformas”, que criam uma incrível instabilidade no sistema educativo, pretendiam agora cortar no financiamento do ensino particular com contrato associativo, ameaçando com isso acabar com o serviço público que estas prestavam.

O grupo musical Deolinda surge, entretanto, com uma música que mexe. Cantam a situação precária e sem perspectivas de futuro que os jovens enfrentam. Uma “geração sem remuneração”, que salta de estágio em estágio sem qualquer estabilidade ou possibilidade de se emancipar. Uma geração sem futuro, mas que é o futuro do país, a mais bem preparada de sempre.

Em Guimarães antevê-se a festa que será 2012. No passado dia 30 de Janeiro foram apresentadas as linhas gerais da programação da CEC. Discursos optimistas, que ocultam todas as dúvidas que falta esclarecer, em particular sobre a sustentabilidade dos investimentos. São muitos os novos equipamentos e organismos que serão criados (fala-se agora de mais uma fundação), mas nada é dito sobre o financiamento destas instituições no pós-2012. Gabriela Canavilhas, ministra da Cultura, vem também a terreiro que não importa se as obras estão prontas no início ou no fim do ano. Esquece-se que essas obras ficarão para futuro, sim, mas foram pensadas para a CEC.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Comunicado sobre a reeleição de Cavaco Silva como Presidente da República

Nos últimos 5 anos, o Presidente Cavaco Silva foi um Presidente atento à Juventude, promovendo roteiros nacionais e preocupado, nomeadamente, com o afastamento dos jovens da política. No seu discurso de vitória, dedicou a vitória aos jovens portugueses, a quem dirigiu palavras de incentivo, desafiando-os a serem exigentes nas suas escolhas e activos participantes da Democracia.

No entanto, na tarde de domingo, jovens e menos jovens viram a sua participação democrática ser dificultada. As filas extensas de eleitores munidos de cartões de cidadão, sem conhecimento dos novos números de recenseamento e respectivo local de voto, repetiram-se em todo o país. Muitos não puderam votar. Esta situação em muito contribuiu para a elevada taxa de abstenção. De facto, o problema descrito afectou uma grande parte dos jovens que exerceram pela 1.ª vez o seu direito de voto. Direito este que não foi respeitado pelo sistema democrático e que merece uma crítica veemente por tudo o que representa para o Estado de Direito.

Apesar da ténue tentativa de utilizar os números da abstenção para diminuir a legitimidade formal da reeleição, o Presidente Cavaco Silva foi reeleito pela maioria dos portugueses. Prova disso mesmo é a vitória esmagadora no contexto nacional: foi o mais votado em todos os Distritos e Regiões Autónomas.
No rescaldo a que temos assistido nos últimos dias, sobram as referências ao discurso de vitória. O Partido Socialista que ao apoiar Manuel Alegre pactuou com uma campanha de violentos ataques pessoais do reeleito Presidente da República, vem agora queixar-se da dureza das palavras de quem foi alvo de uma tentativa de assassinato de carácter. Em democracia o poder vem do Povo e o Povo voltou a confiar o seu poder ao Prof. Cavaco Silva por acreditar que será este Presidente da República o único capaz de compreender e agir em conformidade com a vontade dos cidadãos.

No que respeita à análise concelhia, Cavaco Silva obteve a maioria dos votos em 68 das 69 Freguesias que compõem o Concelho. Comparativamente com a média nacional, as Freguesias de Guimarães apuraram baixas taxas de abstenção. Caso particular, foi o verificado na Freguesia de Vermil que obteve a menor taxa de abstenção do Concelho (33,09%). Para tal facto, muito contribuiu a disponibilização de informação eleitoral nas redes sociais. Os jovens são frequentadores assíduos das redes sociais e nada mais eficaz e objectivo do que lhes disponibilizar informação de recenseamento através destas plataformas. Com efeito, a taxa de abstenção apurada no eleitorado jovem daquela Freguesia que votou pela 1.ª vez foi de apenas 5%. Constitui, pela participação, uma prática que merece distinção e uma saudação especial.

A JSD Guimarães congratula-se com a reeleição do Prof. Cavaco Silva como Chefe de Estado e mais alto representante de todos os Portugueses.