25 de Abril ainda é mais que 115º dia do calendário?
Caros companheiros,
O que significa, nos dias de hoje, o 25 de Abril para nós? Qual a mensagem que nos fica, na actualidade, do que se passou em 1974?
Passados, 34 anos, estamos já livres de preconceitos sobre a data, o que a antecedeu e o que se lhe seguiu. O que nos ficou então da revolução?
Debatamos, pois, a data.
O que significa, nos dias de hoje, o 25 de Abril para nós? Qual a mensagem que nos fica, na actualidade, do que se passou em 1974?
Passados, 34 anos, estamos já livres de preconceitos sobre a data, o que a antecedeu e o que se lhe seguiu. O que nos ficou então da revolução?
Debatamos, pois, a data.
21 comentários:
O que me fica do 25 de Abril, numa palavra: desilusão.
Desilusão pelo que se lhe seguiu e pela forma como foi conduzido.
Para mim o 25 de Abril é um dia onde se celebram feitos não sinto...
Festeja-se algo que sempre tive como um dado adquirido!
É um dia marcadamente comunista!
Estou de acordo contigo Tiago na parte do "pelo que se lhe seguiu".
Para já, ficam estes apontamentos, mais a "quente", menos reflectidos...
25 de Abril, (como antigo estudante)
- a altura em que faziam cartazes para uma exposição na Camara Mun que nunca chegou a haver, e o professor não ia mais alem do simples, “é para fazer um cartaz para o 25 de abril” o resto era dado como apreendido por todos..
- feriado, o dia em que se ficava em casa.
- Talvez seja o único feriado que todos os alunos conhecem pelo nome, sabem a data, mas não sabem o ano da revolução.
25 de Abril, (como cidadão)
- Sempre ouvi dizer que o meu Pai esteve lá, do lado dos que queriam manter a ordem publica.
- A minha mãe disse que ficou a meio de um exame (na antiga Escola Industrial, hoje ESFH), na rua dizia-se que o regime caiu..
- Sempre ouvi dizer que, no tempo do Dr. Salazar apesar de tudo o que se passava, havia mais respeito e que Portugal era respeitado.
- Para mim, tenho orgulho nos portugueses que se revoltaram, pq apesar de tudo esses são herois, e hoje, a ver pelos meus colegas e amigos, não vejo em ng coragem para mudar nada, mto menos para se revoltarem contra um regime ou organizarem-se para ir à luta do que quer que seja..
Luis Vidal
Começo por comentar este tema tao discutido, comentando as intervenções anteriores. Concordo com todos e discordo de alguns... Vou começar pela intervençao do Francisco, dizendo que discordo plenamente de que este dia seja "marcadamente comunista". Na minha opinião, atribuo este dia a todos os portugueses, pois aqules "herois" eram de todos os quadrantes da sociedade portuguesa, quer ao nivel socio-economico, cultural, religioso e politico, que auspiciavam um futuro melhor para si e para os seus.
E é a parir daqui que começo a "disparar"...
Disparo contra aqueles que conduziram o pais a paritr do dia 25 de Abril de 1974. Disparo porque, "no tempo do Dr. Salazar apesar de tudo o que se passava, havia mais respeito e que Portugal era respeitado", e por jovens como nós sermos unânimes quanto á desilusão que reina na sociedade portuguesa, mesmo sem termos vivências do Estado Novo. É desilusão, porque nao era este o país que as pessoas mais velhas ambicionavam e sonhavam, nem era este o país que jovens como nós, gostariamos de crescer e evoluir como cidadãos. Se em jovens da minha idade, um dos primeiros sentimentos que vem a cabeça é a desilusão, pergunto: como se sentirão os ditos "herois"? Poderão esses portugueses corajosos serem denomidados de "herois" perante o estado actual do país?
Pois é, é assim que me sinto quando são evocados os festejos do dia 25 de Abril de 1974.
Escreve-vos um amigo que apesar de tudo ama a sua nação e que por maiores que sejam as circunstâncias nunca deixará de ser Português e de ter orgulho em dizer; "SOU PORTUGUES!"
Frederico Martins Gonçalves
Vejo o 25 de Abril com uma marca simbólica, e não como um marco histórico. Vejo o 25 de Abril, ainda, envolto num esoterismo egoísta por parte da esquerda. Mas acima de tudo, encaro o 25 de Abril como mais um feriado nacional.
Ora, o 25 de Abril é (ou pelo menos devia ser) muito mais que isto. A imagem do 25 de Abril deveria representar a coragem e determinação que durante anos marcou a história de Portugal. Mas afinal só provou que esta coragem e determinação só durou 1 dia, pois a anarquia e desrespeito pela nação suplantou quaisquer boas intenções.
Por último explico melhor o que descrevi por esoterismo egoísta. Esoterismo, porque um grande manto ainda encobre algumas verdades sobre o 25 de Abril. E egoísta, porque a liberdade aconteceu no verão quente 75, sendo portanto, património de todos e não da esquerda! Talvez esteja aqui a primeira razão para não contar toda a verdade sobre o 25 de Abril...
Abraço a todos
o 25 de Abril ja foi bonito. enquanto andava na escola e todos os anos se fazia o trabalho sobre a revolução dos cravos era uma agitação saudável de que me recordo com carinho.
de certa forma, eramos ensinados a gostar do 25 de Abril, não a compreende-lo.
davam-nos chavões como "liberdade" e "revolução" e eram para nós como gelados no verão: saborosos mas sem matar a fome.
o 25 de Abril hoje, é como um rochedo.
algumas "lapas e mexilhões", a que chamarei "ortodoxos da revolução social", agarram-se ao rochedo para não se deixarem levar pela corrente do que é moderno e contemporâneo.
são "lapas e mexilhões" que defendem hoje aquilo que foi um total fracasso, com consequencias tão graves que abraçam a História e os dias de hoje.
são esses que não deixam o 25 de Abril ser a festa de cidadania que deveria ser.
são os que querem dar-lhe uma conotação partidária que não merece, porque é de todos.
e com isso, afastam os cidadãos descontentes com todos os "animais marinhos", políticos que mataram o sonho de progresso.
saudações laranja,
Alexandre Barros da Cunha
Um pouco na linha do que o Tiago referiu, posso acrescentar que Abril passou de um momento de efectiva revolução, para um de necessária mas nunca realizada evolução, sendo hoje em dia tão somente uma grande desilusão.
A propósito de (r)evolução, há ainda muito por fazer neste país de brandos costumes em que se confunde liberdade com libertinagem.
Precisamos, talvez, de um novo 25 de Abril por que desse e dos seus ideais já ninguém se lembra, se é que algum dia os conheceu...
Obrigado e melhores cumprimentos,
João Ribeiro Veiga
Tenho pena que o 25 de Abril continue a ser celebrado como o marco da ruptura com a ditadura sem que isso signifique uma análise mais profunda sobre o estado da democracia.
É certo que, não tendo vivido naquela época,embora compreenda o que possa ter sido o "antes", a verdade é que para mim as liberdades trazidas pela revolução não deixam de ser sentidas como "um dado adquirido".
Por isso acredito que o 25 de Abril, e o marco histórico que ele significa, só possam perdurar na história se passarem a ser encarados de uma outra forma. Acredito que hoje, volvidos 34 anos,o 25 de Abril deve ser encarado mais como evolução (ou transição - para não usar um termo tão contestado há poucos anos) para uma democracia madura.
Será que Portugal é hoje uma democracia madura? Ou, pelo contrário, contentamo-nos com uma democracia estabilizada mas em que todos reconhecemos alguns tiques de autoritarismo (ou deverei dizer de condicionamento?).
Somos uma demicracia madura quando permitimos que a polícia percorra as escolas do país e identifique manifestantes?
Somos uma democracia madura quando os cidadãos que publicamente criticam a governação sofrem represálias por parte daqueles que deveriam ser os maiores garantes dessa liberdade?
Somos uma democracia madura quando muitos daqueles que trabalham com as autarquias - de que a nossa é exemplo claro - se recusam a manifestar publicamente as suas opiniões ou a alinhar por diferente cor política?
Somos uma democracia madura quando os partidos da oposição - de que o nosso é o exemplo mais flagrante - são incapazes de fazer oposição?
Para mim só faz sentido celebrar o 25 de Abril na medida em que isso possa reflectir-se no aprefeiçoamento das instituições democráticas. O 25 de Abril foi um dia... apenas o dia em que se lançou os alicerces de um edifício cuja construção, temo, ainda não terminou.
Achei curiosa a utilização do termo "demicracia" pela de Francisca Almeida. Apesar de se ter tratado, muito provavelmente, de uma gralha, ilustra bem o sentimento geral latente nos comentários: uma democracia pela metade.
25 de Abril?.....
Hum... 25 de Abril....
pois....
25 de Abril....
Lembra-me uma Constituição que urge uma revisão de fundo. Daquelas bem puxadas e carregadas de actualidade.
25 de Abril da liberdade. Durou pouco. Democracia. Que avance.
25 de Abril sempre? Q.B.!
o iluminista escocês
25 de Abril nos dias de hoje? Mais uma efeméride, cada vez mais me convenço disso.
Um feriado que calha sempre bem, como todos os outros, isto é, mais um pretexto para não trabalhar.
É conveniente para tirar Paulo de Carvalho, Zeca Afonso e outros que tais da bafienta caixa de memórias, ouvir depoimentos da guerra do Ultramar, ver o "Capitães de Abril" num dos canais públicos, contemplar cravos estampados nas capas de todos os jornais diários, etc.
Há excesso de liberdade? Talvez. Talvez tenhamos entrado no sinuoso campo da libertinagem (como já foi referido); a liberdade de cada um dever-se-ia circunscrever ao limite do respeito pela liberdade dos outros, com o mínimo de bom-senso e de princípios. Infelizmente, a "liberdade" é tamanha, que o próprio conceito de bom-senso se dilui na vida em sociedade, em que a obediência a normas jurídicas, morais ou até religiosas é vista como uma forma de submissão e/ou atentado à autodeterminação individual.
Uma visão mais pessimista (e realista) poderia concluir que estamos, ainda que não tenhamos noção, a ser vítimas do excesso de permissividade. Nem neste campo deixam de se verificar gritantes assimetrias, nas quais aos titulares do poder político não podem deixar de ser imputadas responsabilidades. Fraudes continuam a aparecer na "cadeira do poder" tal como antes de 1974, ao mesmo tempo que se defraudam as expectativas dos eleitores.
Entendo que os períodos revolucionários são cíclicos e isso dificilmente pode ser contrariado - a mudança nunca agrada ou desagrada a todos (senão, o que seria da democracia?). Precisamente por isso, não soa assim tão estranho que uma nova revolução, perante os cenários recorrentes de instabilidade política e partidária, de desemprego e aumento do custo de vida, entre outras e incontáveis razões, ecluda no nosso país, embora em moldes diferentes de há 34 anos atrás.
Uma coisa é certa. O 25 de Abril veio mudar mentalidades e todo um país de forma geral; Despertou os portugueses para a realidade chamada democracia; contudo, por muitas lutas que se travem, por maior e nobre que seja o interesse, o esforço e a vontade, jamnais teremos uma sociedade perfeita.
Por isso, 25 de Abril hoje é mais um trecho de história do que verdadeiramente um pedaço de realidade, uma mera data ou recordação.
Saudações,
Tiago Lima
Na minha opinião o 25 de Abril passará a ser "mais um feriado" quando aqueles que o fizeram e aqueles que viveram “em ditadura” já não estiverem cá...Essa é a ordem natural das coisas.
Se fizermos uma breve análise histórica do que foi o 25 de Abril, podemos falar de um pronunciamento militar algo previsível que pôs fim a um regime que apodrecia lentamente desde o fim da II Guerra Mundial. A Guerra (Colonial, Ultramarina ou de Libertação; é só escolher) fez cerca de 10000 mortos e acelerou o processo. A "recruta" de jovens universitários para o exército teve um papel crucial na oposição do próprio exército à guerra e ao pronunciamento que se deu a 25/04 de 1974. E há muitos outros factores históricos que explicam o acontecimento…
O 25 de Abril em si não é, na minha opinião, algo complexo e que seja objecto de grande debate. O que se seguiu ao 25 de Abril, e não falo do PREC, é que deve ser objecto de um profundo debate e de uma reflexão séria.
O 25/04 limitou-se a abrir o Portugal (que ao contrário do que já disseram aqui não era assim tão respeitado quanto isso…) à democracia e, consequentemente, à Europa e à comunidade internacional. Contudo, os partidos criados com a democracia parecem não ter correspondido às expectativas de mudança que a democracia trouxe. Todos sabemos que podíamos estar numa situação (a vários níveis) bem melhor do que a actual.
De quem é a culpa? Do 25/04 não será, certamente. Na minha opinião a culpa está nos partidos de poder que contribuem sistematicamente com a sua assídua incompetência e clientelismo para a tibieza do regime democrático (e num cenário catastrófico – de que só a Europa nos salva – para o seu fim). Os partidos da oposição (da direita à esquerda) não passam de psitacistas demagógicos incapazes de produzir uma ideia, ou dar um contributo válido para a governação do país.
De toda esta situação (e produto dela) sobra uma população desinteressada (e até algo egoísta) que reclama só quando a desgraça lhe bate à porta e que é incapaz de dar sem receber…
Aproveitem o feirado para pensar sobre isto…
Cumprimentos,
Francisco Brito
Subscrevo a intervenção do meu amigo Alexandre: houve uma apropriação imprópria da data por um sector político, pela esquerdalha.
E isso estraga e mancha a festa.
O golpe militar de '74 é uma data positiva... o caos que se lhe segue não deve ser ignorado. Mas não tratemos o 25 de Abril como o princípio da liberdade, como momento fundador, pois este simboliza, isso sim, o fim do regime. 25 de Novembro, essa sim, é a data da Democracia em Portugal.
Um grande abraço a todos, e até Junho no Congresso no Berço da Nação.
Para mim o dia 25 de Abril significa Liberdade porque foi quando os portugueses se opuseram a situação que se estava a viver, disseram: “Basta!” e lutaram pelo seu direito à Liberdade.
Eu não posso expressar acerca dos sentimentos em volta da “verdadeira liberdade” pois, felizmente, nunca senti a sua falta e talvez não saiba o verdadeiro valor de liberdade, não como as pessoas na época do Estado Novo. Talvez seja essa uma das causas dos problemas do país, as pessoas já não sentem, nem sabem do verdadeiro valor da liberdade.
O que quero dizer com isto é que quando alguém sente a falta de alguma coisa luta para alcança-la, foi o que aconteceu naquela época, as pessoas lutaram pela liberdade, pelo desejo de serem “livres”, de poderem falar sem restrições.
Passado o 25 de Abril, vivia-se uma época em que os portugueses interessavam-se pelo país e por politica como se não quisessem que o tempo voltasse atrás, queriam manter essa liberdade conquistada.
Hoje, já se perdeu esse interesse, as gerações mais novas não sabem nem sentem o verdadeiro valor da liberdade talvez por isso não se interessem pelo país. Eles não sentem a obrigação de estarem informados sobre o que se está a passar, simplesmente vivem por viver. É vergonhoso haver jovens que digam, com orgulho: “Não vejo telejornal, há coisas melhores para ver”. De quem é a culpa? Dos pais? Que não ensinam aos filhos que é importante a saber sobre o que se passa a nossa volta. Ou da escola? Que não ensinam aos alunos como foi importante naquela época ter liberdade para poderem viver (quase) como agora.
Acho que era necessário que as gerações mais novas aprendessem que o 25 de Abril não é só um feriado, é muito mais, foi a voz do povo a falar mais alto, o seu desejo pela liberdade.
Viva a liberdade!
Joana Ribeiro
Não posso deixar passar ao lado um comentário ao discurso do Presidente da República na sessão solene do Parlamento.
De todo o discurso (para quem o ouviu) há uma observação a retirar: "A ignorância dos jovens relativamente ao 25 de Abril... e o alheamento da política em geral".
Perante este facto o 1.º Ministro limita-se a dizer que "... os jovens tem outras preocupações", ao que eu acrescento, num acto de revolta, "que foi ele que criou a ignorância na hora".
Pois é, isto mesmo é demonstrado pela sondagem encomendada à Universidade Católica que aqui deixo questionar no essencial:
1. Quem foi o 1.º Presidente da República eleito democraticamente após o 25 de Abril?
2. O PS tem maioria absoluta no Parlamento?
3. Quantos países fazem parte da UE?
Se não souberem não faz mal, mas pelo menos tenham a coragem de procurar saber...
Quando falamos do 25 de Abril associamos 2 pólos à sua comemoração: o negativo e o positivo, que eu aqui vou metamorfosear, sob o ponto de vista da maioria do povo, em nomes idolatrados.
Negativo:
- Salazar
Positivo:
- Capitães de Abril
Porém, há outros nomes que devem ser associados à Revolução e que não são devidamente aclamados, os quais deixo à consideração do leitor a inclusão num ou noutro pólo:
- Américo Tomás;
- António de Spinola;
- Costa Gomes;
Nesta lista (por ordem presidencial) há um nome que não pode ficar alheio à conotação negativa aplicado ao Estado Novo. Estou a falar de Américo Tomás, porque este ocupava a presidência da República na época de Salazar e Marcelo Caetano (Presidentes do Conselho de Ministros).
Caro Marçal, não quero parecer reaccionário nem saudoso do que já lá vai, mas porque havemos de insistir em encarar um lado "positivo" como contendo os vencedores e o "negativo" como contendo os pseudo-derrotados?
É já altura de vermos que nem tudo foi "negativo" no Estado Novo, que houve muito de positivo, e que esse muito de positivo escapa quase sempre aos manuais escolares, principalmente aos do ensino básico...
Pontos positivos:
Investimento público,
Investimento estrangeiro,
Independência da barriga (mais auto-suficiência alimentar),
Neutralidade na 2ª Guerra Mundial (seria possível num regime "democrático"?),
e a lista poderia continuar...
Caro Tiago,
Quanto aos pontos negativos do Estado Novo, não vou falar para já por falta de tempo...Contudo tenho que te fazer alguns reparos aos pontos "positivos":
1º - Ve quais foram os paises neutros na II Guerra Mundial e vais encontrar paises democraticos, muitos deles com um posicionamento geográfico que os punha no centro da guerra, e não na periferia, como acontecia a Portugal (é obvio que foi um ponto positivo não termos entrado nessa Guerra, mas tal era perfeitamente viável numa democracia).
2º - Investimento estrangeiro? Penso que, se o havia (em numeros que realmente façam a diferença) estes foram de qualquer das maneiras largamente superados após o 25/04, data que serviu "para empurrar[Portugal] para a Europa" que nos levou aos milhoes (entretanto mal geridos) que nos deu a CEE.
Quanto aos outros pontos, um não corresponde totalmente à verdade (o da Independencia da Barriga) e o outro, o investimento público, já vinha desde a Monarquia Constitucional e estava nos planos da confusa Primeira República.
O Estado Novo teve alguns pontos positivos, é certo, mas não foram os que tu indicas. Acho que para indicares alguns desses pontos terás que te centrar na análise ao periodo 26/45.
Outra reflexão interessante (e que penso nunca ter sido feita) seria apurar os custos da Guerra Colonial...Quanto ouro terá sido derretido nessa "missão impossível"?
PS: Quando me refiro à busca de pontos positivos do Estado Novo entre 1926 a 1945 cometi um lapso. O Estado Novo só começa com em 1933 (com a Constituição de 33).
Francisco, "meu bravo",
O investimento estrangeiro foi muito relevante na década de 1950 e 1960. Sei onde vi esses dados mas não lhes posso aceder agora. Tu poderás encontrar facilmente esses números nos manuais de Introdução à Economia de 10º e 11º ano.
O investimento público parece-me ter sido muito mais relevante nas 4 décadas de Salazar como Chefe de Governo do que na Primeira República e na maioria da Monarquia Constitucional. Os "aproveitamentos hidro-eléctricos", as estradas, a ponte Salazar, as escolas públicas (refiro-me aos edifícios), bairros e equipamentos sociais, etc.
Tens razão, escapou-me a estabilização das finanças públicas, pesada herança da Primeira República e um dos principais motivos para o descontentamento do povo que levou ao pronunciamento militar de 1926.
Independência da Barriga não terá sido total, mas ter-se-ão feito grandes avanços nessa área.
O ouro derretido na Guerra Colonial... Bem apontado.
Caros "Economistas" e companheiros (usando da terminologia revolucionária),
Todos temos razão naquilo que dizemos, porque essa é a nossa opinião. E é nesta liberdade de expressão e opinião que se encontra o fundamento da Revolução de 25 de Abril.
Porém, não vou comentar a vossa "metodologia" em questões económicas porque o cerne da questão não se resolve e não se limita nesse âmbito.
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