Novos Rumos para o Urbanismo
Artigo da Comissão Política da JSD Guimarães publicado no jornal Povo de Guimarães de 29 de Janeiro de 2010.
Guimarães tem há oito anos o seu Centro Histórico reconhecido como Património Cultural da Humanidade. Vencida a batalha da sua reabilitação, o coração da nossa cidade enfrenta agora novos desafios. A população está envelhecida e assistimos à progressiva desertificação desta zona protegida. Convenhamos que as apertadíssimas regras na recuperação dos edifícios não ajudam a que as casas tenham todas as condições de habitabilidade de que hoje necessitamos, senão com custos muito elevados. O preço dos imóveis constitui um outro entrave a que novos habitantes para lá vão. A oferta de arrendamento com qualidade é escassa e com preços incomportáveis para a maioria dos vimaranenses.
Sem uma aposta numa política de repovoamento e rejuvenescimento dos habitantes do Centro Histórico, dentro em breve teremos a Guimarães intra-muros muito interessante, mas sem vida. E essa vida foi uma das condições para a atribuição do galardão da UNESCO.
Neste momento, um casal jovem que pretenda arrendar um apartamento no Centro Histórico enfrenta sérios entraves: preços exorbitantes (resultantes da especulação e pouca oferta) e fracas condições. Se sairmos da área classificada e passarmos para a chamada zona tampão, a realidade é ainda mais problemática, com uma flagrante degradação dessa zona que tantos problemas tem causado nos últimos tempos.
É, por isso, cada vez mais urgente a aplicação de uma nova política para centro da nossa cidade.
O exemplo do que o Porto tem conseguido fazer é um exemplo de claro sucesso. O seu Centro Histórico (também ele classificado como Património Cultural da Humanidade) tem hoje uma dinâmica completamente diferente daquela que havia há uns anos atrás. O Porto teve capacidade para atrair novos moradores e novos espaços, em especial na área das indústrias criativas (um dos vectores essenciais do projecto Guimarães 2012), onde se tornou uma referência internacional. Será que não pretendemos o mesmo para o coração da nossa cidade?
Há muito que vimos defendendo a constituição de uma Sociedade de Reabilitação Urbana, que trace um plano de possíveis intervenções e de desenvolvimento social. Não compreendemos o preconceito que persiste na Autarquia contra esta ferramenta, que poderia ser tão útil à resolução do problema que aqui diagnosticamos. Esta sociedade funciona como pólo atractor e coordenador de investimento e de planeamento para a cidade. E não é por falta de dimensão que devemos rejeitar esta ideia; há tanto para fazer no centro de Guimarães!
Esta medida e outras no mesmo sentido constam do nosso Programa Autárquico de Juventude, apresentado em Setembro passado. Este documento encontra-se disponível para consulta no nosso blogue, http://levantarguimaraes.blogspot.com. Contamos com a tua visita.
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