quarta-feira, 29 de setembro de 2010

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Balanço

Setembro marca o regresso ao trabalho e às aulas. Com o mês, também a política regressa ao seu ritmo regular. É também tempo para reflexão e balanço.

Na política nacional tivemos um ano agitado. A conjuntura económica, tendo sido melhor do que o esperado, não o foi suficientemente para ocultar os problemas das contas públicas. Com o espectro do regresso do FMI e das suas duríssimas propostas a pairar sobre Portugal, vivemos sempre em sobressalto com medo de uma possível crise política. A eleição de Pedro Passos Coelho como líder do PSD veio “adensar o enredo”, a trazer um novo vigor ao partido e ao país.

Estamos próximos do fim do primeiro ano do mandato autárquico, e a quase um ano do início daquilo que pode (pôde?) ser um ponto de viragem da história de Guimarães, a Capital Europeia da Cultura 2012. O projecto foi assumido pelo PS como o alfa e o ómega do seu projecto autárquico. No entanto, passados quatro anos sobre o anúncio da candidatura, ainda nada bule. Das grandes obras, ditos pilares essenciais da CEC, ainda nenhuma começou. Chegou-se ao cúmulo, na semana passada, de a Câmara apresentar publicamente um projecto, a Plataforma das Artes, anunciado a data de inauguração antes de realizado o concurso para a realização da obra, como se o que importasse mais a fotografia do cortar da fita do que aquilo que a infra-estrutura poderá acrescentar em concreto à cidade. O Verão trouxe-nos também a notícia de que se pretende criar de raiz uma Orquestra Sinfónica de Guimarães para cumprir o programa pensado para 2012. Sempre esse ano como data cabalística para a concretização de tudo em Guimarães. As maravilhas prometidas podem muito bem ocultar o problema da sua sustentabilidade, pois ainda não se explicou como se assegurará a viabilidade destes projectos a longo prazo (digamos, para lá de 2013…).

Na Câmara Municipal parece pressentir-se o “fim da festa”. Têm abundado as controvérsias no seio da equipa autárquica. Depois da duplicação do número de assessores após as eleições, um demitiu-se. O ex-vereador Alberto Oliveira bate a porta com estrondo, prometendo que “vai andar por aí… atento” (site do JN de 27 de Agosto de 2010). Aos actos de nervosismo demonstrados pelo Presidente da Câmara em reunião de vereação somam-se as suas declarações em que afirma ter validado os nomes da lista que venceu as eleições no Vitória S.C.. Temos de estar cientes que esta não é uma atitude típica de uma democracia saudável. Estas declarações vêm dar razão a uma das grandes bandeiras do PSD na última campanha autárquica: a urgência de uma “desmunicipalização” das associações vimaranenses, restituindo-lhes a autonomia necessário ao seu livre desenvolvimento. E com o Vitória há ainda a questão dos projectos de investimento do clube, inviabilizados pela Câmara, com base em pareceres técnicos mas que já se viu esconderem apenas divergências políticas. A Câmara deixa-se toldar por estas divergências, impedindo o acesso a fundos que permitiriam a construção de projectos que resultariam numa significativa mais-valia para o concelho.

São muitos os desafios para a “reentré”, que traz ainda a nova Comissão Política de Secção do PSD, com uma equipa renovada e o propósito assumido de mudar a forma de o partido fazer política em Guimarães, tendo em vista as eleições autárquicas de 2013. Para já, a mudança fica-se no plano interno, mas é já visível uma transformação na intervenção pública. O caminho é árduo, mas juntos conseguiremos levantar Guimarães!

Artigo da Comissão Política da JSD Guimarães,
publicado na edição de 24 de Setembro de 2010 do jornal Povo de Guimarães.