sábado, 13 de setembro de 2008

Competição

Artigo publicado no jornal Povo de Guimarães de 12 de Setembro de 2008. Coube a Alexandre Barros da Cunha, como presidente da JSD Guimarães, inaugurar a série de artigos que as várias juventudes partidárias da cidade publicarão nesse jornal.

Aos nossos jovens, falta-lhes competição. Competição consigo mesmos, para que possam ultrapassar os seus próprios limites, crescendo sempre.

Mas na verdade a culpa não é inteiramente do jovens. Na sua liberdade, escolhem os caminhos que preferem para a sua vida: quase sempre, os que lhes parecem mais fáceis de percorrer, raramente, aqueles que tem obstáculos.

Ao competir contra si mesmo, o jovem poderá potenciar as suas capacidades, descobrir novos caminhos, desenvolver novas capacidades dentro de si mesmo. Adquire vontade de se superar continuamente.

A Escola é fundamental na evolução dos jovens. Temos uma Escola que faz esforços vãos para procurar esta competição dentro de cada aluno. Esforços infrutíferos porque grassa a indisciplina na Escola, que mina as boas intenções; esforços vãos porque as condições oferecidas são, muitas vezes, insuficientes para levar a bom porto os projectos criados.

O Desporto Escolar seria uma excelente ferramenta para promover uma mentalidade competitiva nos jovens. A constante busca de melhores resultados no desporto fomentaria uma mentalidade diferente nos jovens, que cresceriam com vontade de serem melhores todos os dias. Transportando essa mentalidade para a formação de cada jovem, poderia, eventualmente, ajudar a criar jovens com vontade de melhor formação, com mais vontade para procurar e receber informação e, quem sabe, jovens que fossem, de facto, actores sociais e não apenas meros figurantes.

É necessário estimular uma competição saudável em cada jovem. É importante ajudar as novas gerações a definirem objectivos e a definirem também a forma de os atingir com sucesso. A Escola será fundamental se quisermos jovens com menos problemas no futuro.
O que hoje são problemas, amanhã poderão ser oportunidades para nova aprendizagem, para nova superação do indivíduo, seja ele jovem ou adulto. O que importa hoje é criar uma mentalidade nova. Uma mentalidade que permita a cada um encontrar dentro de si capacidades para enfrentar os obstáculos que irá encontrar ao longo da vida.

Nesse sentido a Escola é fundamental. Porque é a Escola que forma, em grande medida, os jovens.

As competências que a Escola der aos jovens, serão as suas ferramentas para encarar o futuro que os espera. Se temos uma Escola pouco exigente, que se contenta com passar toda a gente de ano, que não apresenta critérios de exigência para uma formação de excelência para todos os que querem aprender, então não teremos nunca jovens com vontade de crescer em conhecimento, não conseguiremos ter jovens interessados que procuram a informação, não teremos jovens capazes de intervir na sociedade. E aí teremos a nossa capacidade colectiva de decisão seriamente em risco…

Mas ainda que não se note, a falta de Família também traz problemas aos jovens. A Escola por si só não resolverá a questão da formação, do crescimento em conhecimento e da capacidade de competição de cada jovem. Uma Família atenta aos jovens será a base para que cada geração se desenvolva de forma sustentada. Hoje, a sociedade procura na Escola aquilo que não tem tempo para dar em casa. E esse é um papel que a Escola não tem que desempenhar. Ainda que o vá fazendo aqui e ali…

Por isso, é também urgente a necessidade de repensar um modelo social em que a atenção dispensada aos jovens pela Família é função das obrigações profissionais.
Não podendo a resposta ser dada apenas pela Família, as instituições que dirigem a sociedade devem ser as primeiras a dar respostas aos problemas.

Em Guimarães, a Câmara Municipal tem a obrigação de dar resposta à necessidade de criar novas metas para todos os jovens do concelho. Com excepção feita ao Parlamento Europeu dos Jovens, não se vislumbra nesta Câmara Municipal vontade de por os jovens vimaranenses a testarem as suas próprias capacidades, não há o convite a superarem-se a si mesmos, não há estímulo para a competição que todos precisam.

Para esta Câmara Municipal é mais importante que os jovens pensem e discutam a cidadania europeia do que o seu próprio concelho e as melhores formas de Guimarães se desenvolver! Só assim se percebe a teimosia do Executivo Municipal em não criar uma Assembleia Municipal de Juventude, que discuta Guimarães hoje e amanhã, a partir de uma perspectiva juvenil. A Assembleia Municipal de Juventude seria um mecanismo excelente para incentivar uma cidadania activa nos mais jovens! Seria um meio óptimo para que os jovens questionassem a realidade à sua volta, para que procurassem dentro de si respostas para as questões que todos colocam, para que crescessem em todos os sentidos.

Ainda que não tenhamos soluções milagrosas para os problemas dos jovens, trabalhamos par ser parte delas. É essa a nossa função enquanto jovens e enquanto políticos. E é isso que fazemos com gosto, pensando em Guimarães e em Portugal.


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