domingo, 5 de outubro de 2008

Debate Tratado de Lisboa

Carlos Coelho e Pacheco Pereira debateram em Guimarães o Tratado de Lisboa

Carlos Coelho e Pacheco Pereira participaram na passada sexta-feira num debate sobre o “Tratado de Lisboa” promovido pela JSD de Guimarães na sede da Associação Comercial e Industrial de Guimarães.

Subordinado ao tema “Tratado de Lisboa: Perguntas e Respostas” a iniciativa contou com a presença de mais de uma centena de pessoas, na sua grande maioria jovens vimaranenses.
Após a explanação inicial dos oradores convidados, seguindo-se um debate bastante participado sobre questões da actualidade europeia e o Tratado de Lisboa.

O eurodeputado Carlos Coelho explicou as origens do Tratado de Lisboa, justificando a sua existência com a necessidade de melhorar os mecanismos de decisão no seio da União Europeia, fazendo notar que uma Europa a 27 não pode funcionar como uma Europa com 15 países. De acordo com o eurodeputado, o tratado reforçará o envolvimento dos Parlamentos Nacionais nos processos legislativos. Carlos Coelho realçou ainda as medidas que, no seu ponto de vista, resultarão em maior transparência e responsabilidade democrática e que aumentarão a participação e os direitos dos cidadãos europeus, tanto no plano da informação como no da na petição legislativa.


Em sentido contrário, José Pacheco Pereira procurou “desconstruir” a defesa do Tratado de Lisboa, expondo uma visão bastante mais céptica quanto aos modelos de desenvolvimento seguidos pela União Europeia. Descrente quanto aos caminhos seguidos, Pacheco Pereira considera que os decisores europeus estão divorciados dos povos e que o actual Tratado serve apenas para que os países grandes - como a França e a Alemanha - mantenham o seu poder na União.


Depois das intervenções iniciais, seguiu-se um período de perguntas colocadas pela audiência que alargou o tema inicial do debate promovido pela JSD a questões relativas à actualidade europeia. Sobre o reconhecimento da independência do Kosovo, Pacheco Pereira disse tratar-se de um “terrível erro histórico”, que abre “um perigoso precedente”. Quanto à adesão da Turquia à União Europeia defendeu-a, alegando tratar-se de um prolongamento natural que só trará estabilidade e capacidade de acção a nível mundial. Carlos Coelho mostrou-se mais cauteloso em ambos os temas, realçando os perigos da integração na Europa de um país num estado de desenvolvimento muito diferente do nosso, como considerou ser o caso é a Turquia. O eurodeputado argumentou com o facto de que nem a totalidade do orçamento dos apoios comunitários ser suficiente para aplicar àquele país maioritariamente asiático e muçulmano. No entanto, tanto Carlos Coelho como Pacheco Pereira defenderam que a União é muito mais que um “clube de países cristãos”, não sendo portanto pela questão religiosa que se recusará a pretendida adesão.

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