segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Feira de Artesanato

Exma. Sra. Vereadora,

As artes tradicionais populares são das marcas mais características da identidade e cultura de cada região. Contam histórias do passado do seu povo, que nelas se cumpre e se revela. Guimarães possui aqui, como em muitos outros sectores, um riquíssimo património que importa preservar e promover e que se estende da olaria aos bordados, da cutelaria à cantaria, da arte do ferro à tecelagem. É nosso entender que não se tem promovido devidamente o artesanato regional.

Guimarães conta com uma régie-cooperativa, criada por iniciativa da Câmara Municipal, para “valorizar, promover e divulgar as artes tradicionais”1 da cidade. No último ano, a actividade desta entidade na área da promoção do artesanato restringiram-se a uma feira de doçaria conventual no antigo Convento de Santa Clara (e na qual estavam representadas várias regiões do país) e alguns workshops de artes tradicionais. Para uma cidade que se pretende afirmar como um centro cultural de relevo a nível internacional e que vai receber a Capital Europeia da Cultura dentro de três anos e alguns meses, isto é claramente insuficiente.

Mais, este artesanato poderia constituir uma enorme mais-valia para o turismo da região, o que não acontece. Vem-se a Guimarães e a promoção deste artesanato resume-se à exibição nos postos de turismo de algumas Cantarinhas dos Namorados e a umas escondidas rotas turísticas.

É fundamental aproveitarmos este património e utilizá-lo na promoção nacional e internacional do nosso concelho, fazendo dele o nosso cartão de visita, a par do que acontece com o Castelo. Guimarães não é só pedra, é principalmente gente; é um povo com História, que se orgulha das suas origens e do seu percurso e se dirige a um futuro que esperamos risonho. E este artesanato é resultado desse percurso e dele símbolo.

A JSD Guimarães propõe então uma política, dado ser esta na prática inexistente neste momento, de promoção e incentivo ao nosso artesanato aquém e além fronteiras. Propomos também a retoma de uma Feira de Artesanato no centro da cidade para mostra deste rico património, e a representação de Guimarães em feiras do género dentro do país e no estrangeiro, tendo sempre presente e como preocupação a divulgação do património na sua enorme riqueza e diversidade.

Com esta iniciativa seria possível congregar as variadas associações do concelho que se dedicam à preservação dos mesteres e das artes manuais, bem como aqueles que a título individual se dedicam, ainda hoje, a preservar uma rica tradição das nossas gentes.

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